sebo de Química

quando finalmente comprei um apartamento em dezembro de 2013,  herdei de seus antigos proprietários, uma série de memórias físicas e espirituais. o chefe da família me deixou a biblioteca, enquanto das filhas e filhos eu herdei parte  da discoteca, e da matriarca  ficaram muitos objetos e móveis.  Dos livros que ficaram, a coleção de química me surpreende pelos seus belos volumes em várias línguas, com suas belas capas e encadernações. Adoro o objeto livro e me recordo da pequena biblioteca que por insistência de minha mãe conseguimos ter em casa. Na minha infância, a biblioteca de casa se resumia aos oito volumes de uma enciclopédia ilustrada e de alguns livros paradidáticos recomendados pelas professoras de literatura. Da biblioteca desta nova casa, grande parte destes livros, umas seis caixas, foram doados a alunos do Cefet-Química de Nilópolis, aqueles eram praticamente os volumes para estudo no ensino médio. Os outros foram anunciados para venda ou doação num blog que criei na tentativa de venda ou escambo. Gastei algumas tardes, fotografando estes livros, um a um, e postando estas fotos com as referências individuais de cada livro - Título, Autor, Editora, Edição, etc. Porém raros interessados entraram em contato. Entrei em contato com algumas bibliotecas de universidades, postei em fanpages de doações, pedi para amigos compartilharem com possíveis interessados, mas nada disso adiantou. Os livros ainda estão aqui em casa, ultrapassada mídia de estudo e pesquisa mas ainda os imagino abertos. Repito, sou um apaixonado por este objeto chamado livro, apesar de ser um preguiçoso confesso da arte da leitura, e acho que jogar estes livros fora seria um crime. O registro destes livros através de fotografias me levantou vários sentimentos: o apego a estes objetos que a princípio não tem nenhuma relação com a minha vida profissional ou cultural, a carga espiritual contida neles, o valor emocional, o valor científico, etc. e pensando nisso, sebodequimica.blogspot.com (clique neste link para conhecer o sebo) tornou-se, para mim, mais do que uma tentativa de vender um conjunto de livros, uma forma de falar dessas coisas que ficaram